Amor de vitrine



Eu não quero um amor desses pra mim!
Um amor tão desejado, tão perfeito e tão na modinha...
Amor de vitrine é assim!
É fogo quando acontece, vira febre, todo mundo quer, todo mundo usa..
Mas depois que surge um novo modelo, o amor de vitrine acaba e logo é substituído por outro..
O esquecimento toma posse e nada mais é lembrado do antigo amor.
Amor de vitrine é fingimento, uma farsa... Uma ofensa!
Chega a ser forte, tempestuoso, ladrão!
É tão repentino, chega como um tufão!
Quando está na moda, nos jornais, na boca de toda gente, o amor de vitrine é sensação.
Mas quando cai na rotina, no desuso, acaba dando dor de cabeça, de cotovelo e decepção.
Não faço a menor questão desse amor ímpar, falso...
Não quero um amor de vitrine!
Não quero um amor que me ache linda 24h por dia... é mentira!
Nem a Top mais linda do mundo é linda todo o sempre...
Não quero sorrisos constantes, alto astral exacerbado e muito menos suntuosidade!
Quero o avesso, o imprevisível, aquilo que mexe e desestrutura fazendo se re-estruturar novamente.
Quero o que multiplique... Indo além do simples somar.
Um amor que deixe espaço para a paixão e tenha às rédeas nas mãos!
Quero um amor singular, o que nas vitrines nunca vou encontrar!
Nada banal. Com nome. Título e lugar preferido.
Quero música também e palavras soltas no ar... Simplesmente decifrar!
Tudo o que me satisfaz é isso... Um amor em par.
Na vitrine ele é bonito, mas custa caro demais e somente é querido.
Está na moda e todo mundo deseja, mas bem lá no fundo, lá no fundo mesmo, ninguém sobrevive só com um amor de vitrine...
Ele tem validade e além do mais, o preço sai muito mais alto do estipulado...
Amor de verdade? Ah, esse nem sequer tem preço rotulado!
Se tem que escolher, então vamos lá...
Fico com a terceira opção. Se não tem, então eu faço.
Hoje tudo está à venda e a disputa é acirrada...
Não dá pra concorrer, deixa quieta!
Pois vitrine é vitrine e sempre vai ter seu espaço... 
É um laço!

Vivre en danger!!

Ah, eu adoro isso!
Me sinto mais que blogueira. Uma redatora (tá, poderia ser o termo "jornalista", mas "redatora" me dá mais fé no futuro rs) publicando mais um artigo em sua coluna.
Só que hoje não vou poetizar, nem opinar e muito menos criticar. Mesmo sendo difícil fugir às raízes rs
Esse é um texto descontraído, coloquial e livre. Aqui não há regras. Então sinta-se à vontade pra comentar.
O que vou escrever dessa vez (que me perdoe a destinatária) é um pedaço, porém de extrema importância, de uma conversa matinal que tive com uma amiga de trabalho. Preste atenção aos mínimos detalhes, eles irão fazer uma enoooorme diferença em sua conclusão. 
Tudo começou assim...
"Era quinta-feira, véspera de feriado (levando em conta que cada dia tem um significado especial para todo trabalhador). Eu, pontual, estava na minha sala, ajeitando uns detalhes na mesa (impressionante: ninguém usa minha mesa além de mim. Saio do trabalho deixando a mesa perfeitamente arrumada. No dia seguinte, ela está uma bagunça... afff... Mas voltando...) até que notei o atraso de uma colega, minha querida e divertidíssima Clarice (isso mesmo, um nome fictício gentilmente atribuído para ocultar sua identidade).
Estranhei, óbvio, até porque o horário dela é antes do meu. Mas enfim, fiquei curiosa, uma vez que Clarice andava meio desanimada com a rotina que sua vida era conduzida.
Pensei comigo: "quem será que morreu?".  Tudo bem, é horrível, eu sei, mas se o pensamento é livre, então porque me politicar? Penso logo no "popular". E tão logo pensei, Clarice apareceu como um furacão na sala.
Achei estranho? Não. Fiquei com medo? Sim! Ela sabe lhe dar com as coisas ruins, mas e as boas?
Clarice tinha acabado de voltar de uma festa. Tá, posso parecer careta, mas ser profissional ainda está na moda!! Por isso, preste atenção na nossa conversa, até porque me deu um trabalho desgraçado reproduzir à base de lembranças cada pedacinho do que dialogamos.
'Quinta-feira, 08:45h.
_Boa noite Mel (nome fictício)!
_Boa? _olhei pra porta assustada _ Mas ainda nem anoiteceu..
_Ah, to tão feliz!!
_Tá mesmo?
_Claro _ sentou numa das almofadas do lounge _Você não faz ideia do que aconteceu!
_Ah, jura? _meu humor negro matinal é simplesmente perfeito (presunção)!
_Vou te contar detalhes.
(Pensamento meu: "jura?" - disse já apavorada.. agora nem o humor negro resistiu)
_Fui numa festa com o Lucas (nome fictício também).
_Até aí tudo bem, ele é teu noivo...
_E conheci o Thiago (fictício).
(é incrível a capacidade da Clarice em contar absurdos de uma forma natural, como se estivesse informando as horas).
_Quem é Thiago? (dãã)
_O homem mais lindo do mundo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (pra dar ênfase ao tom usado por ela toda vez que procunciava o tal nome).
_Você conheceu Thiago Lacerda???? (tá, fiz de propósito).
_Melhor _ela riu diabolicamente_ Conheci um homem maravilhoso...
_Clarice, para de rodeios, fala logo o que aconteceu, antes que a chefona chegue!
_Ele acabou de me deixar aqui no trabalho. Passei a noite toda com ele!
(cocei os olhos. Não era possível que àquela altura da manhã, eu estava ouvindo aquilo e, pior, numa narrativa em conto de fadas!!).
_Posso perguntar pelo Lucas?
_É primo dele.
(acha que engasguei? Não. Fiquei com a garganta praticamente seca e se fosse o Máscara, certamente meus olhos já teriam saido do rosto).
_Ele acabou de chegar da Holanda e como o Lucas confia muito nele, mandou ele me trazer em casa.
(são nessas horas, também, que o Pai diz: "maldito o homem que confia em outro homem".)
_E você ficou com o primo do seu noivo? Tem vergonha não?!
_De quê? De ser feliz? Por favor né, Mel! Você sabe tão bem quanto eu que o amor chega quando quer...
_Tá, ok, mas eu pensei que ele havia chegado há 8 anos atrás quando você e o Lucas se conheceram!
_Eu também, mas você só sabe que não é amor quando um dia se depara com ele. Aquela história de que só sabe o que é bom quando conhece o que é ruim.
(por que eu uso de filosofia nas conversas? Um dia elas se voltam contra mim!)
_Eu já entendi. Só quero saber o que tudo isso quer dizer...
_Eu to apaixonada pelo Thiago!'"
Assim encerra nossa conversa. Ela contou mais detalhes, que deveras não vem ao caso contar.
Durante todo esse tempo pensei em como as coisas são levianas, fúteis quem sabe...
As pessoas têm de dizer que amam, que não vivem sem o amado (a), que é o ar, o chão, o céu, etc...
E de repente, numa amnésia tresloucada, não lembram de mais nada! Nem chamo mais de vento, mas sim de tufão, algo bem forte e furioso pra levar pra bem longe as lembranças, os momentos vividos..
É, Cazuza, a burguesia fede, realmente.
Concluindo, sei que espera notícias da Clarice, uma vez que isso aconteceu há alguns anos.
Bem, ela terminou o noivado de 8 anos. Estava tudo comprado, inclusive casa. Ambos souberam repartir, amigavelmente, seus bens.
Lucas demorou a perdoar Clarice, também não era pra menos. Mas mesmo assim foi homem pra falar tanto com ela, quanto com seu primo e desejou, incrivelmente, a felicidade deles.
Clarice casou com Thiago um ano depois e hoje, eles têm uma filha de 3 anos e linda por sinal^^
Lucas está morando em Ohio (EUA). Atualmente solteiro. Teve um relacionamento depois, mas também não deu certo. Se eu falar que ele foi traído, jura que não vai rir? Eu não... kkkkkkkkkkkk
Isso prova que estar com alguém não significa permanecer com ele (a). Na verdade tudo pode vir a mudar. Até o rio no seu percurso, nunca é o mesmo. O que vale é viver e tomar cuidado onde pisa.
Vivre en danger (viver no perigo) já é comum. Só não esqueça de ser feliz, desde que não prejudique ninguém. Faça alguém feliz e, principalmente, "espero que você consiga fazê-la feliz. Porque eu infelizmente  fracassei" (Lucas).

Os opostos se atraem

Uma célebre desculpa que inventamos quando queremos viver uma aventura.
Francamente, não há quem nunca fez uso deste recurso!
Procurar alguém diferente é legal, divertido, instigante eu diria.
Mas como é quase regra que tudo tem seu lado ruim, de repente você descobre que andou em círculos.
E andou tanto, que acabou se perdendo. 
Não. Esse não é um texto meramente descrente. E tampouco uma abordagem ao tão requisitado "assunto sobre relacionamentos".
Somente exponho uma visão clara, sucinta e redondamente subjetiva acerca do que tenho visto, vivenciado e, infelizmente, ouvido.
Mudar de estratégias faz parte e desprende os atos mais ocultos que, talvez, um dia, você quis usar, porém o enfadonho coração não deixava.
Contudo, o que nos escapas às vezes é o que jamais tinhamos imaginado: (coloque na 1º pessoa do singular) encontrar alguém que não fosse igual a mim, mas que, ao menos, combinasse comigo. Alguém com o meu jeito, mas não com minha personalidade. Alguém que não precise de mim, mas que faça questão da minha presença. Que goste de mim pelo que sou e não pelo que aparento ser. Fácil, não acha? Claro que acho!!
Porém a comodidade sempre fala mais alto... Ria consigo.

Eu ontem, eu hoje

Os anos já me cansavam
Não via mais diversão
Não tinha mais o brilho
Esperança virou solidão

Troquei tudo que amava
Por simplicidade, paz e conversão
Pensei ser importante
O fato de não ser meninão

Dias passavam e nada mudava
Então uma lógica absurda:
Observando a figueira da rua
Vi que estava abandonada

Assemelhando-a a mim
Cheguei até a achar graça
Quanta coisa me tinha em comum
Com uma árvore velha e acabada

Coisas do destino não existem
Ele não é homem para algo fazer
Sempre dizem que é culpa dele
Fatos que o homem não pode entender

Curiosa a mente humana
Que não cessa de aprender
Saber mais por qual motivo?
Se na minha idade vais esquecer...

Engraçado o tempo aqui
Chove às vezes, vezes chove
Como um complô
Justo na hora que vou sair

Olho, penso e concluo:
De novo a danada venceu!
Não posso com a água
O que "pôde", já morreu!

Quando pensava em desistir
Logo vinha alguém animar
Era difícil ouvir
Tentava não me entregar

O perfume daqueles anos
Não matava por asfixia
Hoje tudo é tão forte
Que a nuca até arrepia!

Delírios e devaneios
Ô palavrinha que mais amo!
Devanear é uma arte
Imaginar e sonhar que amamos

As lembranças podem ser boas
Quando se tem algo a lembrar
Não deixes que a doença venha
Suas memórias apagar

Compor? Ah, eu já compus!
Era bonito ver tanta gente...
Uns aplaudindo, outros sonhando
Era raridade alguém ausente

Enquanto tocava, as moças sorriam
Acho que nem prestavam atenção ao ritmo
Pois só o que queriam
Era ver o músico bonito

Eita vida pasmaceira
De tão longe e ingrata
Sinto que acabei virando
Nada mais que uma piada

Momentos me confundem
Numa estrada de idas e voltas
Palavras não me fazem sentido
Quem fez o verso virar prosa?

Prosa não é poesia
Poesia é inspiração
Prosa é uma lábia
Há quem diga que é conversação

Num caminho empoeirado
Não vejo sequer a solução
Chega a abafar o que respiro
Meu Deus, quanta poluição!

Já ouvi que sou saudosista
Saudosista eu não sou!
Não ligo pro passado
Mas que marcou, marcou!

Sinto falta do tumulto
Que sempre enchiam as ruas
As crianças brincavam
Todas lindas de canduras

As brincadeiras que eu lembro
Quanta alegria nos era dada
Hoje são carros e mais carros
Não se pode andar nem na calçada

Agora me despeço
Fiquei cansado de falar
A idade sempre impede
De poder me articular

O que levo é um sorriso
Do meu neto ao olhar
Atento e conciso
A história que acabei de contar.

Quando encontrei Deus...


Quando encontrei Deus, quase não acreditei. Parecia até um sonho quando O vi pela primeira vez.
Deus era alto, era baixo. Tinha olhos claros e outros escuros. Deus era moreno, loiro, negro e até ruivo. 
Às vezes pesava muito, outras era magro. Deus também era criança, jovem e adulto. Deus falava alemão, italiano, português, árabe e outras infinidades de línguas. Deus era médico, professor, merendeira, economista, pedreiro...
Encontrei Deus em simples gestos.
No ceder lugar a uma grávida, no esperar um deficiente subir os degraus do ônibus, no respeitar a opinião alheia, no preferir dialogar a discutir, no olhar atento de um aconselhado e até na alegria de um necessitado ao receber doações.
Eu encontrei Deus também em palavras, tais como, por favor, com licença, obrigado, estou com você, te perdoo, eu te amo...
Percebi que havia procurado Deus tão longe, em lugares tão difíceis e com pensamentos tão errados. Até que pude ver, nas dificuldades da vida, que Deus eu havia encontrado!
Foi quando deixei de olhar para mim. Passei a ouvir meu coração.
Deus sempre esteve ali, em silêncio, trabalhando para poder encontrá-lo. A distância que nos separava era grande, porém descobri que eu mesma criara. Ao notar meu erro, logo foi dissipada.
Hoje sei que Deus não está nas pessoas, mas apenas no coração das que O recebem. Nós o vemos através dos atos de cada uma.
Deus é um só e sua glória não pode ser dividida com ninguém!
Às vezes me perguntam onde está Deus. Então respondo que Ele está onde você menos procura. Você verá Deus quando se esvaziar de preocupações e se concentrar ao que Ele diz ao seu coração.
Deus sempre está perto, nós que teimamos em nos distanciar dEle.
Deus está num sorriso, numa lágrima, num olhar...
Você pode rir ou até duvidar, mas encontrei Deus quando passei a procurar.
Desejo o mesmo encontro a todas às famílias, parentes e amigos meus. Se me perguntam onde descobri isso, simplesmente respondo, nos momentos mais difíceis, foi quando encontrei Deus!

Pensei que amava

Muitas vezes me iludi
Mas a ninguém eu culpei
A culpa era só minha
Que nas minhas mentiras acreditei

Quando dei por mim já era tarde
Estava muito mais que apaixonada
Sem ao menos reparar
Que isso não valia nada

Cartas, poemas e músicas
Tudo pra ti escrevi
Você de nenhum gostou
Foi por isso que eu sofri

O tempo foi passando
Levando consigo uma dor
Hoje sei o que sentia
Era tudo, menos amor

Agradeço por não ter me amado
Afinal, não poderia retribuir
Sei que não era amor, era cobiça
Qualquer coisa fútil pra sumir

E tudo passou tão rápido
Que até me assusto quando lembro
Engraçado como esqueci
De você, das cartas e de cada momento

Porém, pensei que amava
Mas não sentia mais que atração
E agora você quer me amar
Desculpe, mas não dá mais não

Império dos fracos

Sempre haverá alguém forte
Ajudando aqueles que se julgam fracos
Mal sabendo que fraqueza não existe
É um mau emprego disfarçado
Camuflagem perfeita quando se quer algo
Ninguém é fraco de verdade
Até para ser fraco é preciso muita coragem
E isso não é vocabulário comum
Ou sempre está em desvantagem

Nesse mundo de gigantes
Só há espaço para os mais rápidos
Competição exacerbada
Tudo por um lugar ao pódio
Roda que não para
Cata-vento que procura direção
Tantas mentes sem inspiração
E umas sem total explicação
Vamguarda de rosas
Nessa inteira atração

Viajante sem destino
Do tempo sem patente
Passageiro clandestino
Nunca fica pra semente
Força ávida de um poeta
Ideias de uma geração
Movimento elegante
Que busca sua perfeição
Orgulho, honra e poder
Atributos de campeão

A longa espera entedia
Gerando dúvidas sem cessar
Por mais que muitas alegrias
Me possam incomodar
Inventando numerosos exércitos
Sei que posso me orgulhar
Fortaleza nossa esfuziante
De olhares parcos transladados
Agora que entendo, permaneço
E crio o império dos fracos